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PROGRAMAÇÃO: Junho 2018

Filme
JUN
7
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Juliana Antunes
* Extensão do Indie Lisboa

Filme
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14
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Xavier Legrand
* TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM

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21
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Steven Spielberg

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26
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Robert Bresson
* ENTRADA LIVRE

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28
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João Moreira Salles


Sala de exibições:
Pequeno auditório
Casa das Artes de V. N. de Famalicão
Parque de Sinçães - V. N. de Famalicão

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BARONESA, de Juliana Antunes

Sinopse

Baronesa oferece um olhar raro sobre a favela: o ponto de vista feminino. Um filme de mulheres, sobre mulheres que vivem em bairros com nome de mulher (Leidiane e Andreia vivem em “Juliana” mas a última quer mudar-se para a “Baronesa”). Segundo a realizadora: “É a mulher olhando para a mulher sem as tintas da delicadeza, do sentimental e toda aquela moldura edulcorada da tal e tradicional feminilidade”. A obra de estreia da Juliana Antunes foi galardoada em diversos festivais e considerada a melhor primeira obra de 2017 por um conjunto de 135 programadores, críticos e cineastas de todo o mundo.

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Ficha Técnica

Título Original: Baronesa (Brasil, 2017, 71 min)
Realização e Argumento: Juliana Antunes
Interpretação: Andreia Pereira de Sousa, Leid Ferreia, Felipe Rangel
Fotografia: Fernanda de Sena
Som: Marcela Santos
Produção: Ventura, Filmes de Plástico

Júlia, Andréia e Leidiane no Indie: elas vão sobreviver
O novo cinema do Brasil está em força no certame português, com duas primeiras obras documentais de óptimo nível: Lembro Mais dos Corvos e Baronesa. Jorge Mourinha, Publico de 1 de Maio de 2018

Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor), Renata Pinheiro (Amor, Plástico e Barulho), Eduardo Lordello (Eles Voltam), Anita Rocha da Silveira (Mate-me por Favor), Affonso Uchoa e João Dumans (Arábia), André Novais de Oliveira (Ela Volta na Quinta)... O IndieLisboa tem estado sempre atentíssimo ao novo cinema que se faz no Brasil, e volta a está-lo em 2018, com dois títulos de altíssimo nível na competição internacional.

Curiosamente, são ambos filmes que apostam na cada vez mais abrangente categoria dos “cinemas do real”, à imagem de grande parte do concurso principal de longas este ano: dois documentários, sim, mas também duas primeiras longas perfeitamente cientes da paisagem audiovisual em que existem, e que não se preocupam verdadeiramente com questões formais de género ou duração. Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre e Baronesa, de Juliana Antunes são filmes que confirmam e desmontam ao mesmo tempo uma certa ideia do Brasil moderno, e que desafiam os estereótipos.

(...) É também essa generosidade de olhar que sentimos em Baronesa, que começou por ser um trabalho de mestrado de Juliana Antunes e que se tornou num filme de corpo inteiro, co-produzido por André Novais de Oliveira. Andreia e Leidiane, duas moradoras da favela Juliana de Belo Horizonte, são as personagens deste documentário seco e atento que assume um olhar diferente sobre o quotidiano da favela: ver de dentro e através das mulheres que, na maior parte destes filmes, são relegadas para segundo plano. Aqui, são os homens que quase não entram, e é o quotidiano delas, entre conversas mais ou menos brejeiras, manicures, saídas nocturnas e cartas à família, que nos permite ter uma visão mais “ligada à terra” e menos romantizada do que é viver numa favela. Apesar do cuidado formal do filme (cujos planos fazem por vezes pensar nas Fontainhas de Pedro Costa ou nos subúrbios de João Salaviza), não existe aqui nenhuma esteticização da pobreza nem nenhuma tentativa de articular os momentos filmados numa narrativa pré-definida.

Baronesa, título que se refere a uma favela vizinha, menos violenta, para onde Andréia se quer mudar, é tão-só uma celebração da força e da energia femininas. Gloria Gaynor cantava I Will Survive e é uma certeza que sentimos nestas mulheres da favela Juliana, mas também na Júlia que gosta de ver o sol nascer em São Paulo depois de uma noite a contar histórias. Elas vão sobreviver, dê lá por onde der.

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