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NO NEVOEIRO de Sergei Loznitsa

Sinopse

Em 1942, as fronteiras ocidentais da União Soviética são ocupadas pelo exército alemão, enquanto os habitantes das várias regiões vão resistindo e lutando pela liberdade. Perto da aldeia onde vive Sushenya (Vladimir Svirskiy), operário da linha ferroviária, um comboio nazi descarrila. Após o incidente, ele e alguns companheiros são presos pelo grupo alemão. Sem qualquer razão lógica, enquanto os companheiros são executados pelo inimigo, Sushenya é libertado. Isso vai desencadear os rumores de traição à Resistência e a sua condenação à morte pelos próprios companheiros. Quando dois guerrilheiros, Burov e Voitik, atravessam a floresta para o executar, o grupo é apanhado pelos alemães numa emboscada. Depois de conseguir fugir, Sushenya vê-se sozinho com o seu executor, um amigo de infância, ferido com gravidade. Agora, com a intenção de preservar a sua honra, este homem vê-se obrigado a tomar uma decisão moral sob circunstâncias extraordinariamente duras e cruéis.

Adaptação da obra do escritor russo Vasil' Bykaw, um filme dramático realizado por Sergei Loznitsa. Em competição pela Palma de Ouro em Cannes, foi o vencedor do prémio FIPRESCI.

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Ficha Técnica

Título original: V tumane (Russia / Holanda / Alemanha, 2012, 127 min.)
Realização e Argumento: Sergei Loznitsa
Interpretação: Vladimir Svirskiy, Vladislav Abashin, Sergei Kolesov
Fotografia: Oleg Mutu
Som: Vladimir Golovnitski
Montagem: Danielius Kokanauskis
Produção: Heine Deckert
Distribuição: Alambique
Estreia: 11 de Julho de 2013
Classificação: M/16

Críticas

O realismo segundo Loznitsa
João Lopes, Cinemax

Sergei Loznitsa, o realizador de "A Minha Alegria", reaparece nas salas portuguesas com o magnífico "No Nevoeiro": um retrato de contundente realismo sobre a Bielorrússia ocupada pelo exército nazi.

Ainda recentemente, com a estreia de "Lore", da australiana Cate Shortland, compreendemos que há uma tendência actual no sentido de (re)pensar algumas formas clássicas de representação da Segunda Guerra Mundial. O que Shortland fazia era revisitar a Alemanha, em 1945, partindo da experiência, não das tropas aliadas, mas de uma família alemã. Agora, através da produção russa "No Nevoeiro", de Sergei Loznitsa, deparamos com o cenário trágico da Bielorrúsia, em 1942.

No centro dos acontecimentos estão os resistentes ("Partisans") ao avanço das tropas alemãs e, em particular, as suspeitas de colaboracionismo que se levantam em relação a um deles; ao tentarem desmascará-lo, os seus companheiros vão ter enfrentar os soldados ocupantes...

Em boa verdade, qualquer sinopse é escassa para caracterizar um filme como "No Nevoeiro", quanto mais não seja porque estamos longe das regras mais tradicionais do chamado filme de guerra. Desde logo, porque não é a invasão da Normandia pelas tropas aliadas que determina os eventos, e sobretudo porque Loznitsa propõe um espantoso fresco histórico da Bielorrússia, focado nas estratégias de sobrevivência de uma população que já vivia com muitas carências.

Conhecíamos Loznitsa da sua primeira ficção, "A Minha Alegria" (2010), uma galeria de retratos entre a crónica e o sarcasmo. Mais do que isso: sabemos que o seu olhar está ligado a muitos trabalhos de raiz documental. Daí que possamos definir "No Nevoeiro" como o resultado de um labor que, para além de todas as suas variações, nunca renegou uma paixão sistemática pelo realismo. Afinal de contas, alguma da mais interessante produção europeia da actualidade está marcada por uma forte pulsão realista.

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