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PROGRAMAÇÃO: MAIO 2015


Filme
MAI
14
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Hayao MIYAZAKI

Filme
MAI
20
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Pier Paolo PASOLINI
Filme
MAI
21
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Abel FERRARA
* TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM

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27
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F. W. Murnau
* ENTRADA LIVRE
Filme
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28
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Ingmar BERGMAN

Sala de exibições Pequeno auditório
Casa das Artes de V. N. de Famalicão
Parque de Sinçães - V. N. de Famalicão

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PASOLINI de Abel Ferrara

Sinopse

Roma, Novembro de 1975. Pier Paolo Pasolini, cineasta, poeta e escritor conhecido internacionalmente, é um símbolo de luta contra o que está socialmente estabelecido. Os seus escritos originam escândalo e os filmes são perseguidos ou mal entendidos. Pasolini é, simultaneamente, objecto de admiração, estranheza e repúdio. No último dia da sua vida, o cineasta encontra a mãe e, mais tarde, os amigos mais próximos. À noite, decide sair. Na madrugada seguinte, é encontrado brutalmente assassinado numa praia em Ostia, nos arredores da cidade, alegadamente por Giuseppe Pelosi, um jovem prostituto de 17 anos.

Com assinatura do aclamado realizador Abel Ferrara ("Polícia Sem Lei", "Os Viciosos", "Chelsea Hotel"), um filme que, nas palavras do actor Willem Dafoe (que o protagoniza), pretende "estar dentro da cabeça de Pasolini".

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Ficha Técnica

Título original: Pasolini (Itália / França / Bélgica, 2014, 86 min.)
Realizador: Abel Ferrara
Interpretação: Willem Dafoe, Riccardo Scamarcio, Ninetto Davoli, Maria de Medeiros
Argumento: Maurizio Braucci, Abel Ferrara
Fotografia: Stefano Falivene
Produção: Thierry Lounas
Estreia: 1 de Janeiro de 2015
Distribuição: Leopardo Filmes
Classificação: M/16

Filmes, desejos e fantasmas de Pasolini
João Lopes, Cinemax

Figura essencial na história do moderno cinema italiano, Pier Paolo Pasolini (1922-1975) surge, agora, como personagem central de um filme assinado pelo americano Abel Ferrara — um retrato notável, centrado numa magnífica interpretação de Willem Dafoe.

Escusado será dizer que nunca seria simples revisitar, em filme, a vida de uma personalidade tão fascinante, e também tão cheia de contrastes, como Pier Paolo Pasolini (1922-1975). O autor de filmes como "O Evangelho Segundo São Mateus" (1964), "Decameron" (1971) ou "Salò ou os 120 Dias de Sodoma" (1975) foi, afinal, um criador tão ousado no plano temático como inventivo no domínio das linguagens — e, convém não esquecer, como cineasta, mas também enquanto escritor.

Ao abordar a figura de Pasolini, o americano Abel Ferrara resiste a qualquer caracterização banalmente biográfica, muito menos determinista. Aliás, o seu "Pasolini" começa por se distinguir pelo arco temporal que escolhe — trata-se de revisitar apenas o derradeiro dia de vida do cineasta (2 de Novembro de 1975), quando foi assassinado numa praia de Ostia, nos arredores de Roma.

Não estamos, assim, perante uma "evocação" tradicional. Por um lado, o filme mostra-nos um Pasolini empenhado no lançamento daquele que seria o seu derradeiro filme ("Salò"), ao mesmo tempo que se mantém uma voz activa na discussão da situação política em Itália; por outro lado, através da contaminação de diversos elementos (em particular a escrita de um argumento que deixaria inacabado), deparamos com um criador reflectido no espelho dos seus fantasmas, afinal discutindo sempre os sentidos da sua intervenção pública.

Para a vibração emocional dos resultados, é obviamente essencial a composição de Willem Dafoe. Ferrara dirige-o muito para além de qualquer lógica "ilustrativa", pedindo-lhe antes a definição de uma personagem envolvida num turbilhão de desejos e ideias que, em última instância, nos conduzem à discussão do próprio lugar social do artista. Nesta perspectiva, para além da sua visão dialéctica de Pasolini, o filme "Pasolini" pode ser também uma sugestiva porta de entrada no seu universo literário e cinematográfico.

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