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Semih KAPLANOGLU


Sala de exibições Pequeno auditório
Casa das Artes de V. N. de Famalicão
Parque de Sinçães - V. N. de Famalicão

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MEL de Semih Kaplanoglu

Sinopse

Numa aldeia remota da Turquia vive o pequeno Yusuf (Bora Altas), de seis anos. O pai (Erdal Besikcioglu) é apicultor e é na floresta que encontra o sustento da família. Mas as abelhas escasseiam, obrigando-o a afastar-se cada vez mais de casa. Uma noite, o pai não regressa. E Yusuf deixa de conseguir expressar-se por palavras...

Último filme de uma trilogia sobre a infância e adolescência do turco Semih Kaplanoðlu, vencedor do Urso de Ouro na 60.a edição do Festival de Berlim.

Download do Dossier

Ficha Técnica

Título original: Bal (Alemanha / Turquia, 2010, 103 min.)
Realização e Produção: Semih Kaplanoglu
Interpretação: Bora Altas, Erdal Besikçioglu, Tülin Özen
Argumento: Semih Kaplanoglu, Orçun Koksal
Fotografia: Baris Ozbiçer
Montagem: Ayahan Ergusel, S. Hande, Semih
Distribuição: Clap Filmes
Estreia: 25 de Março de 2011
Classificação: M/12

Críticas

Delícia turca
Luís Miguel Oliveira, Publico de 25 de Março de 2011

Semih Kaplanoglu demonstra uma capacidade imaculada para se colocar entre o olhar dos adultos e o do miúdo protagonista, neste pertinente retrato da Turquia profunda

Urso de Ouro no Festival de Berlim do ano passado, "Mel" é o terceiro tomo da trilogia que fez de Semih Kaplanoglu o cineasta turco contemporâneo mais conhecido internacionalmente a seguir a Nuri Bilge Ceylan. Os nomes dos outros dois filmes da trilogia são tão nutritivos como o deste: "Ovo" (que ganhou um prémio na primeira edição do Estoril Film Festival) e "Leite".

Mas é com o "Mel" que ele chega às salas portuguesas, e se ao espectador recém-chegado ficará a escapar o desenho do conjunto dos três filmes, conhecê-lo não é indispensável à fruição deste filme. De certo modo, "Mel", no seu conflito essencial, ilumina, ou pelo menos resume, o que está em causa na trilogia: um olhar sobre a província turca, captado na bifurcação entre um modo de vida tradicional (as coisas que a terra dá, ainda que por intermédio dos animais: os ovos, o leite, o mel) e a perspectiva de uma outra coisa, muito mais difusa, a que se podia chamar a "modernidade". De uma maneira que o filme não resolve (e a não-resolução é o seu ponto), o miúdo protagonista simboliza esse impasse, no à-vontade da sua relação com a natureza (as abelhas do pai, a floresta) e na falta de à-vontade com as coisas da escola (a dificuldade em aprender a ler como uma "resistência", digamos, atávica). Imaginamos que este conflito, que o filme expõe sem retórica nenhuma e numa subtileza a toda a prova, é pertinente enquanto retrato da profunda Turquia contemporânea. O que serve, em todo o caso, como medida da inteligência de "Mel". Mas não é forçosamente aquilo que mais o distingue. Antes uma capacidade, imaculada, de se colocar entre o olhar dos adultos e o olhar do miúdo protagonista, para der a ver um mundo que é sempre, ao mesmo tempo, muito misterioso e muito familiar - características que marcam, em especial, toda a relação com a natureza (a terra e as árvores, mas também o céu e as nuvens), com os seus silêncios mas sobretudo com os seus ruídos (os seres humanos de "Mel" falam pouco, mas em compensação a natureza palra que se farta). E Kaplanoglu confirma-se como um adepto do plano-sequência expectante e desafectado: a cena em que dá o badagaio ao pai do miúdo é extraordinária.

(Pode encontrar mais informação no Dossier em PDF)

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