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PROGRAMAÇÃO: JUNHO de 2012
Sala de exibições
Pequeno auditório
Casa das Artes de V. N. de Famalicão
Parque de Sinçães - V. N. de Famalicão

Alteração de Horário da Projecção do Filme RAN - OS SENHORES DA GUERRA
Atendendo à realização do jogo das meias-finais do Campeonato da Europa de Futebol na próxima 4.ª feira (dia 27 de Junho), com a presença da Selecção Portuguesa, dado o carácter excepcional do evento referido e de forma a permitir que o filme RAN - OS SENHORES DA GUERRA chegue a um maior número de pessoas interessadas, promovemos a alteração do horário da projecção, que assim se iniciará pelas 22h15.
A sessão encerra o ciclo Kurosawa – Shakespeare e Samurais, da rubrica Já Não Há Cinéfilos?! e tem entrada livre.
A Direcção do Cineclube de Joane
Kurosawa é um dos vértices da magnífica trindade do cinema japonês, que inclui, também, Kenji
Mizoguchi e Yasujiro Ozu. Kurosawa assumiu-se como o mais diverso do trio: Mizoguchi, mesmo
deambulando de género, manteve como tema a perdição da mulher originada pelos actos do homem;
Ozu, por seu lado, fez sempre o mesmo (magnífico) filme, às voltas com a família japonesa em Tóquio.
Kurosawa começou a trabalhar como assistente de realização em 1938 e no início da década de 40
estreia a sua primeira longa-metragem, A Saga de Judo, bem sucedida junto do público mas com
problemas junto da censura. No pós-guerra surgem as primeiras
grandes obras de Kurosawa, O Anjo Embriagado e, principalmente,
Cão Danado, um policial a preto e branco estilizado, em que se
destaca a escolha de locais pertencentes a um submundo marginal
o que incute no filme uma atmosfera densa e portentosa. O
personagem principal, um jovem polícia que procura a arma que lhe
foi roubada, é desempenhado pelo actor fetiche de Kurosawa:
Toshiro Mifune. O cinema japonês irrompe pela Europa com a
entrega do Leão de Ouro de Veneza a Às Portas do Inferno
(Rashômon), filme de Kurosawa de 1951. A partir de um drama
situado no Japão do sec. XII, em que um samurai e a sua mulher
são atacados por um bandido, o que resulta na morte do samurai
e na violação da mulher, Kurosawa constrói um filme magnífico
apresentando os três pontos de vista, relativos a cada um dos
personagens, fazendo uso de uma mestria técnica e criativa notável:
movimentos de câmara complexos, fotografia e jogos de luz
admiráveis e uma narrativa intrincada, com saltos temporais.
A década de 50 do cinema japonês, uma das mais frutíferas e
relevantes da história do cinema, é sinónimo para Kurosawa da tal diversidade de temas e estilos que
lhe imputávamos acima. Depois de Rashômon, o cineasta adapta livremente O Idiota de Dostoievski;
depois lança-se na construção de um drama pungente, Viver, que estabelece uma dialéctica entre a
vida e a morte, num dos títulos mais fortes da filmografia de Kurosawa; segue-se em 1964 a obra-prima
Os Sete Samurais, obra extremamente popular em volta das figuras que mais povoam a sua obra
(Kurosawa descendeu de uma longa linhagem de samurais) e que foi tão contaminada quanto
contaminou, à posterior, o cinema de Hollywood, alicerçando o alcance da obra de Kurosawa; em 1957,
Kurosawa erguia O Trono de Sangue, o filme em que pela primeira vez combinará subtilmente os seus
samurais com os dramas de Shakespeare, ao adaptar Macbeth; comprovando a veia eclética e que o
seu cinema tinha uma forte componente de entretenimento, Kurosawa estreia em 1959 A Fortaleza
Escondida, filme que terá influenciado George Lucas na concepção de Star Wars! Yojimbo e Sanjuro,
dois filmes de samurais, abrem a década seguinte, reformulando o género, com a aproximação ao
western e com uma carga mais soturna, pessimista. Após a conturbada gestação de O Barba Ruiva
(1965), um dos projectos mais pessoais de Kurosawa, assiste-se a um declínio da carreira do cineasta,
com uma tentativa de suicídio pelo meio. Com financiamento americano, através dos devotos Lucas e
Coppola, Kurosawa ressurge e realiza dois filmes gémeos: A Sombra do Guerreiro (1980) e Ran-Os
Senhores da Guerra (1985). Estas duas obras entrelaçam, de forma majestosa, a singular conduta dos
samurais com o espírito de Shakespeare: a solidão do poder cruzada com a honradez nipónica.
Vítor Ribeiro, Abril de 2011
Sessão I
ÀS PORTAS DO INFERNO
[Rashômon] (Japão, 1950, 84 min)
Sinopse
No Japão do século XII, um samurai e a sua mulher são atacados numa
estrada pelo famoso bandido Tajomaru. O samurai acaba morto e a
mulher violada. Tajomaru é preso pouco depois e levado a julgamento,
mas a sua versão dos acontecimentos e a da mulher é tão diferente
que chamam um médium para falar com o morto e ele dar a sua
versão. Este também conta uma história totalmente diferente da
deles. Finalmente, o lenhador que encontrou o corpo e que viu como
tudo se passou tem também uma versão diferente de todos os
outros. Quem está a contar a verdade? Mas afinal, o que é a
verdade?
Ficha Técnica
Título original: Rashômon (Japão, 1950, 84 min)
Realização e Montagem:Akira Kurosawa
Interpretação: Toshirô Mifune, Takashi Shimura, Machiko Kyô, Masayuki Mori
Argumento: Akira Kurosawa e Shinobu Hashimoto
Produção: Minoru Jingo
Música: Fumio Hayasaka
Fotografia: Kazuo Miyagawa
Sessão II
TRONO DE SANGUE
[Kumonosu Jô] (Japão, 1957, 110min)
Sinopse
Uma das mais aclamadas adaptações de Shakespeare ao cinema, Trono de
Sangue de Akira Kurosawa reconta a história de Macbeth no Japão
feudal. O colaborador de longa data de Kurosawa, Toshiro Mifune, e a
lendária Isuzu Yamada, participam neste filme sobre a feroz subida ao
poder de um corajoso guerreiro e a sua desonrosa queda. Com Trono de
Sangue, Kurosawa une uma das maiores tragédias de Shakespeare com os
elementos formais do teatro Noh Japonês para criar um Macbeth muito
próprio - um conto clássico de ambição e decepção apresentado num
cenário desolador de bruma e inevitável ruína. Um dos filmes
incontornáveis do grande mestre do cinema japonês e mundial.
Ficha Técnica
Título original: Kumonosu Jô (Japão, 1957, 110min)
Realização e Montagem:Akira Kurosawa
Interpretação: Toshirô Mifune, Isuzu Yamada, Takashi Shimura, Akira Kubo
Argumento: Hideo Oguni, Shinobu Hashimoto, Akira Kurosawa
Produção: Akira Kurosawa, Sôjirô Motoki
Música: Masaru Satô
Fotografia: Asakazu Nakai
Sessão III
RAN — OS SENHORES DA GUERRA
[Ran] (Japão, 1985, 156 min)
Alteração de Horário
Atendendo à realização do jogo das meias-finais do Campeonato da Europa de Futebol na próxima 4.ª feira (dia 27 de Junho), com a presença da Selecção Portuguesa, dado o carácter excepcional do evento referido e de forma a permitir que o filme RAN - OS SENHORES DA GUERRA chegue a um maior número de pessoas interessadas, promovemos a alteração do horário da projecção, que assim se iniciará pelas 22h15.
A sessão encerra o ciclo Kurosawa – Shakespeare e Samurais, da rubrica Já Não Há Cinéfilos?! e tem entrada livre.
A Direcção do Cineclube de Joane
Sinopse
Ran — Os Senhores da Guerra é um brilhante filme de Akira
Kurosawa que combina com mestria a história do Japão, a trama de
Shakespeare (adaptação de "King Lear") e a visão de Kurosawa da
lealdade. Situado no Japão do século XVI, o líder ancião Lord Hidetora
(Tatsuya Nakadai), anuncia a sua intenção de repartir as sua terras em
partes iguais entre os seus três filhos. Esta decisão de se retirar
gera uma luta de poder entre os três, quando Hidetora é vítima das
falsas adulações dos dois filhos mais velhos, e desterra o mais novo
quando este revela a verdade. A traição transtorna Hidetora,
destruindo a sua família e o seu reino. Um fiel reflexo dos
sentimentos humanos e uma brilhante interpretação fazem de Ran – Os
Senhores da Guerra um dos filmes mais aclamados de todos os
tempos. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Guarda-Roupa e
nomeado para Melhor Realizador, Fotografia e Direcção Artística.
Ficha Técnica
Título original: Ran (Japão, 1985, 156 min)
Realização e Montagem: Akira Kurosawa
Interpretação: Tatsuya Nakadai, Akira Terao, Jinpachi Nezu, Daisuke Ryu
Argumento: Akira Kurosawa, Hideo Oguni, Masato Ide
Produção: Masato Hara, Serge Silberman
Música: Tôru Takemitsu
Fotografia: Asakazu Nakai, Takao Saitô, Shôji Ueda
