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Lisa Spinelli é uma educadora de infância que se dedica de corpo e alma às crianças. Um dia, ao observar Jimmy, de cinco anos, a recitar um poema da sua própria autoria, apercebe-se que ele tem um talento fora do comum. Fascinada com as suas capacidades, que ela assume terem de ser alimentadas, Lisa vê-se a ultrapassar os limites do admissível, colocando em causa não só a sua credibilidade mas também a integridade física da criança... Versão norte-americana do filme "Haganenet", realizado em 2014 pelo israelita Nadav Lapid, "A Educadora de Infância", tem realização e argumento de Sara Colangelo ("Pequenos Acidentes"). Prémio de melhor realização no Festival de Sundance, tem Maggie Gyllenhaal, Gael García Bernal e Ato Blankson-Wood nos papéis principais.
Sobre a poesia interior, João Lopes CinemaxUma bela surpresa no arranque do ano cinematográfico: "A Educadora de Infância" coloca em cena, com invulgar sensibilidade e delicadeza, a relação entre uma professora e uma criança com dotes especiais para a poesia.
O mínimo que se pode dizer de "A Educadora de Infância" é que se trata de um objecto difícil de explicar — até mesmo de descrever. Baseado num filme homónimo, de origem israelita (produção de 2014, realizada por Nadav Lapid, que não conheço), esta história de uma professora que descobre num dos seus alunos um inusitado talento poético desafia o entendimento tradicional de duas entidades obviamente relacionadas: educação e infância.
Que acontece, então? Pois bem, uma professora de Staten Island depara um dia com o comportamento surreal (?) de um dos seus alunos: Jimmy tem cinco anos, deambula pela sala do jardim de infância e... recita poemas! De onde vêm as palavras? Serão frases memorizadas? Não, nada disso: Jimmy tem mesmo poesia dentro de si e partilha-a com os outros.
Como explicar Jimmy? Em boa verdade, não é essa a questão central do filme escrito e dirigido por Sara Colangelo. Inteligentemente, a narrativa desloca-se para o universo da professora e para a sua, literalmente, missão impossível. A saber: de tanto querer proteger Jimmy, a professora "retira-o" do seu próprio quotidiano, procurando subtrai-lo a tudo aquilo que considera agressivo ou hipócrita no mundo dos adultos.
Maggie Gyllenhaal é notável no papel da professora, como notável é o pequeno Parker Sevak a interpretar o misto de génio e vulnerabilidade que define Jimmy. Este é, de facto, um filme sobre presenças que, no limite, desafiam as certezas com que, não poucas vezes, rotulamos os nossos comportamentos — enfim, um filme que transfere para o espectador as suas próprias perplexidades, levando-nos a admirar um pouco melhor a arte de ser humano.