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Márcia é mãe de Cláudia e Joca e irmã de Ivete. Mãe solteira, vive numa casa no Bairro Padre Cruz, em Lisboa, com Ivete que a ajudou a criar os filhos e os ama como se fossem seus. O que ninguém esperava é que duas tragédias chegassem para marcar aquela família: Cláudia apaixona-se por um dos seus professores da faculdade, casado, e Joca, um pequeno traficante cadastrado, contrai uma dívida com um homem perigoso. Márcia e Ivete preparam-se para o pior, mas o seu amor incondicional é capaz de tudo... Realizado por João Canijo ("Ganhar a Vida", "Noite Escura", "Mal Nascida", "Fantasia Lusitana"), o filme, em competição no Festival de San Sebastian, foi distinguido com menção honrosa e pelo prémio da crítica internacional.
(**) Uma parceria da Confraria das Santas Chagas com a Casa das Artes de Famalicão e o Cineclube
de Joane, incluída na programação religiosa e cultural da Semana Santa
Nota de intenções,«Nós somos feitos de sonhos, e a nossa pequena vida anda às voltas num sono.» / Shakespeare
«A única coisa que qualquer um de nós quer na vida é ser amado sem explicações. Queremos amor incondicional, sem dar nem receber explicações. O amor mais profundo é o que não precisa de razões para existir.» / António Lobo Antunes
A citação de Lobo Antunes diz respeito ao drama central do filme: a tragédia da vida choca com o amor incondicional, um amor sem explicações, que não precisa de razões para existir. O amor incondicional pode ser posto à prova, mas nunca é posto em causa, porque, como foi definida por Aristóteles, a felicidade é absolutamente final, porque é sempre escolhida em função de si mesma e nunca como um meio para outra coisa. E no contexto deste filme, todas as acções têm em vista um bem: a felicidade da pessoa amada. A felicidade da pessoa amada é o alvo de todas as coisas, é aquilo em função do qual tudo o resto é feito. A felicidade da pessoa amada é escolhida sempre como um fim e nunca como um meio. O filme passa-se num meio suburbano para tentar perceber como os afectos e o amor resistem e sobrevivem quando mergulhados num universo estéril. Observa-se o amor quando ameaçado por uma circunstância irremediável, para dele compreender melhor a essência. Porque é num ambiente de falta de civilização, de ignorância, de violência, que melhor se pode abordar a questão do amor. Quanto maior for a aridez emocional do meio ambiente, mais inquestionável se torna qualquer gesto de amor e mais incondicional é esse amor. Este filme trata a barbárie de uma sociedade porque, acima de tudo, é um filme sobre o amor incondicional. E é na barbárie que esse amor ganha corpo, porque apenas num contexto de violência uma ligação de sangue poderia ser posta em causa. João Canijo