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35 SHOTS DE RUM de Claire Denis

Sinopse

Lionel (Alex Descas) é um maquinista de poucas palavras que, após a morte prematura da mulher, criou sozinho a filha Josephine (Mati Diop), uma rapariga doce e dedicada. Cada um deles é o mundo do outro. Vivem com Gabrielle (Nicole Dogue), a ex-namorada de Lionel, e Noé (Gregoire Colin), um amigo da família. Lionel teme que a filha sacrifique a sua felicidade por causa dele e, ao ver Josephine beijar Noé, percebe que ela está a um passo de seguir o seu rumo. Obriga-a então a prometer que, quando o momento chegar, ela colocará as suas necessidades acima de tudo o resto. Realizado por Claire Denis, um filme sobre diversas formas de amor, todas elas incondicionais e incorruptíveis.

A banda-sonora de 35 Shots de Rum é da autoria dos Tindersticks.

Download do Dossier

Ficha Técnica

Título original: 35 Rhums (Alemanha / França, 2008, 100 min.)
Realização: Claire Denis
Interpretação: Alex Descas, Mati Diop, Nicole Dogue, Grégoire Colin
Argumento: Claire Denis e Jean-Pol Fargeau
Produção: Bruno Pesery
Fotografia: Agnès Godard
Música: Tindersticks
Montagem: Guy Lecorne
Estreia: 3 de Setembro de 2009
Distribuição: Atalanta Filmes
Página Oficial: http://www.wildbunch-distribution.com/site/35rhums/

Críticas


Manuel Cintra Ferreira, Expresso

Antes de mais, celebremos! Uma das mais importantes cineastas francesas de hoje, Claire Denis de seu nome e realizadora desde 1988 (filme de estreia: “Chocolat”), após 14 anos de trabalho como assistente de realização (em filmes de Wim Wenders e Jim Jarmusch, entre outros), chega à exibição comercial entre nós graças à Atalanta Filmes. [...] Um cinéfilo que descubra Claire Denis com “35 Shots de Rum” sentir-se-á tentado a aproximar o estilo narrativo do filme de um mestre japonês, Yasujiro Ozu, em especial de uma das suas obras-primas que tem por título “Primavera Tardia”. [...] O filme explora a fotogenia dos carris de uma forma que lembra Renoir (“A Fera Humana”) e Lang (“Desejo Humano”) graças à fotografia da colaboradora habitual de Denis, Agnès Godard. [...]

Um filme notável que se aconselha vivamente a todos para quem o cinema é algo mais do que um simples “consumo de imagens”.

35 Shots de Rum - Tudo em família
Por: Jorge Mourinha, Público de 2 de Setembro de 2009

"35 Shots de Rum" não está todo ao nível de uma cena extraordinária que é um dos mais belos momentos de cinema que vimos todo este ano - mas é um filme atento aos tempos que mudam.

É, salvo erro, a primeira vez que um filme de Claire Denis tem estreia comercial em Portugal - o que é, no mínimo, surpreendente face a uma carreira que já leva 20 anos e ao estatuto de culto de filmes como "Nénette et Boni" (1996) e "Trouble Every Day" (2001), que chegaram a ter exibições pontuais em sessões especiais. Mas ainda bem que é "35 Shots de Rum" a revelar a cineasta francesa, antiga assistente de Wenders e Jarmusch, ao público mais "desatento". Este é, na sua melhor acepção, um filme "de família" ― feito "em família", com muita da equipa e do elenco regulares do cinema de Claire Denis (desde os Tindersticks na banda-sonora à presença granítica e sólida do grande Alex Descas no elenco), mas também sobre "a família", à volta de um pai e de uma filha (Descas e Mati Diop) cuja vida rotineira e quotidiana um belo dia rebenta pelas costuras, em surdina e sem razão aparente.

Filme sobre os tempos que mudam quase sem darmos por isso, marcados pelos pormenores mais banais (um carro que avaria, um colega que se reforma, um vizinho que parte), usando os túneis do metro e o vaivém dos comboios como metáforas de tudo o que nos percorre por dentro sem dar sinal à superfície, "35 Shots de Rum" constrói-se pela acumulação de pequenos pormenores apenas aparentemente banais mas que, tomados em conjunto, revelam um mosaico singularmente atento. E, até, pontualmente tocante ― veja-se a cena absolutamente de estarrecer do nocturno no café ao som de "Nightshift" dos Commodores, exemplo perfeito da elegância de que Denis é capaz no seu melhor. Mas lamenta-se que o resto do filme, apesar de tudo, não esteja à altura dessa cena, um dos momentos mais notáveis de cinema que vimos em 2009, e se retraia mais do que seria desejável ou se perca em desvios laterais ao que realmente interessa (o interlúdio alemão com Ingrid Caven parece-nos razoavelmente supérfluo). Ainda assim, é muito provavelmente o melhor filme de Claire Denis, e ainda bem que é este o seu primeiro filme a estrear cá.

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