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O PROFUNDO MAR AZUL de Terence Davies

Sinopse

Londres, 1950. Hester Collyer (Rachel Weisz), a jovem esposa do juiz William Collyer (Simon Russell Beale), leva uma vida confortável. Apesar de tudo, o seu casamento há muito que perdeu a chama e ela sente-se infeliz e incompreendida. Até ao dia em que conhece Freddie Page (Tom Hiddleston), um atraente e impetuoso ex-piloto da força aérea britânica. A paixão por Freddie, assim como a relação erótica que nasce entre os dois, deixa-a emocionalmente dependente dele e, simultaneamente, isolada de todos os outros. Porém, apesar de consciente de que jamais sentirá o conforto e a estabilidade que antes sentia, regressar ao tédio da sua vida anterior é algo que já não imagina possível...

Realizado por Terence Davies ("A Casa da Felicidade"), um "remake" do filme com o mesmo nome realizado, em 1955, por Anatole Litvak e que contou com Vivien Leigh e Kenneth More nos principais papéis. O argumento tem por base a aclamada peça de Terence Rattigan, escrita em 1952.

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Ficha Técnica

Título original: The Deep Blue Sea (Grã-Bretanha / EUA, 2012, 98 min.)
Realização e Argumento: Terence Davies
Interpretação: Rachel Weisz, Tom Hiddleston, Ann Mitchell, Jolyon Coy
Produção: Sean O'Connor, Kate Ogborn
Musica: Samuel Barber
Fotografia: Florian Hoffmeister
Montagem: David Charap
Estreia: 28 de Março de 2013
Distribuição: Zon Lusomundo
Classificação: M/12

Críticas

O teatro do romantismo
João Lopes, Cinemax

O contexto é o começo dos anos 50, com as memórias muito próximas da Segunda Guerra Mundial. Hester Collyer (Rachel Weisz), a jovem mulher de um alto magistrado, Sir William Collyer (Simon Russell Beale), apaixona-se por Freddie Page (Tom Hiddleston), emocionalmente ainda muito marcado pela sua experiência, em combate, como piloto da RAF...

Poderia ser o ponto de partida para uma digressão mais ou menos formatada, envolvendo duas ou três componentes temáticas: o estado de espírito da Grã-Bretanha depois dos traumas da guerra; o conflito entre uma aventura romântica e um casamento estável; a moral social contra as atribulações amorosas...

Claro que tudo isso está em "O Profundo Mar Azul" ("The Deep Blue Sea"). Mas nada disso faz do filme de Terence Davies um objecto banal ou estereotipado. Bem pelo contrário: retomando uma lógica de mise en scène que vem de títulos tão admiráveis como "Vozes Distantes, Vidas Suspensas" (1988) e "Aqueles Longos Dias" (1992), Davies filma o amor como uma tragédia particular vivida no interior do drama mais geral da existência humana.

É um cinema marcado pelo primado da palavra. E escusado será dizer que a peça de Terence Rattingan em que se baseia (já filmada em 1955, por Anatole Litvak, com Vivien Leigh e Kenneth More nos papéis de Hester e Freddie) fornece uma base textual riquíssima, essencial para sustentar a teatralidade do empreendimento.

Mas não é, entenda-se, uma teatralidade "teatral"... Apetece dizer que estamos perante um romantismo crítico, entendido, ele próprio, como um teatro humano tecido de desejos e emoções, valores colectivos e singularidades individuais. Mais do que isso: semelhante teatro existe a partir de mecanismos especificamente cinematográficos, criando um tempo ambíguo, objectivo e subjectivo, vivido em espaços que têm tanto de socialmente realista como de secretamente interior.

São poucos os cineastas contemporâneos que arrisquem, assim, criar uma escrita que, por assim dizer, se basta a si própria. E tanto mais quanto integra, sem preconceito, as matérias musicais (instrumentais e canções) como vectores essenciais da sua dramaturgia: dir-se-ia que Davies procura, justamente, encontrar essa musicalidade que pode nascer do encontro radical de dois seres humanos.

Não haverá, por certo, ao longo deste ano, muitos filmes "parecidos" com "O Profundo Mar Azul". Digamos, então, para simplificar que, mesmo antes de concluído o primeiro trimestre, sabemos já que temos à nossa disposição uma das obras maiores de 2013.

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